quinta-feira, 31 de março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

Reunião com Reginaldo de Paiva, engenheiro da CPTM, e Renato Amaral, Assessor do Secretário de Transportes Metropolitanos Jurandir Fernandes, Joselito Pessoa de Oliveira, Rubens Tiezzi, Maria Inês de Toledo Cesar, Lígia Maul, realizada em 2 de março de 2011

Por ligia maul
É fato que a Grande São Paulo está há muito tempo à míngua de um sistema de transporte público razoável, o que naturalmente fez com que cada vez mais pessoas, em especial, os trabalhadores que residem nas periferias da cidade – áreas ao mesmo tempo mais populosas e menos favorecidas pelo transporte público – começassem a buscar meios alternativos e menos custosos para chegarem ao local de trabalho.
Mas não só a essa necessidade de locomoção da periferia para o centro da cidade se atribui o crescimento da atividade ciclística na região metropolitana de São Paulo. A preocupação com a qualidade de vida tem, nos últimos anos, provocado modificações significativas no comportamento do paulistano que tenta conciliar, de maneira exaustiva, a imprescindível necessidade de locomoção, o bom desempenho das várias atividades profissionais e, ao mesmo tempo, reduzir o stress decorrente do tempo desperdiçado no tráfego intenso diário, contribuir para a preservação do meio ambiente e livrar-se do sedentarismo letal.
Com esta segunda visão e de maneira civilizada, silenciosa e em trajes adequados à seriedade do assunto, levamos ao conhecimento dos responsáveis pela administração do sistema viário estadual e municipal algumas das carências dos ciclistas paulistanos, entre elas, a de utilizarem os meios de transporte que interligam os principais pontos da cidade, quer por lazer, esporte ou necessidade.
Assim é que, levado pelo inconformismo com o ocorrido em uma manhã de sábado, quando vários ciclistas foram impedidos de acessar os meios de transporte férreos metropolitanos (CPTM e Metrô), Joselito Pessoa de Oliveira, produtor de imagens e ciclista, buscou a Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo para explicações e sugestões.
Acompanhado pelos ciclistas Rubens Tiezzi, Maria Inês de Toledo Cesar e Lígia Maul, Joselito foi recebido por Reginaldo de Paiva, Engenheiro da CPTM, e por Renato Amaral, Assessor do Secretário de Transportes Metropolitanos, que expuseram a complexidade dos dois sistemas (CPTM e Metrô) que funcionam integrados para atender da melhor maneira possível a população obreira da região metropolitana.
Sem embargo à importância do atendimento das necessidades de transporte dos trabalhadores, que deve continuar a despertar nesses órgãos uma atuação efetiva, como cidadãos, em iguais condições de direito, pleiteamos, em um primeiro momento, autorização para utilização dos trens durante os finais de semana nos horários e direções em que o fluxo de passageiros é reduzido (contrafluxo), o que não prejudicará a mobilidade dos passageiros nem onerará o administrador. Com esta posição, concordou o engenheiro Reginaldo de Paiva, que se comprometeu a estudar esta possibilidade. Contudo, afirmou ser muito difícil alterar as normas operacionais da CPTM e Metrô.
Outro ponto discutido na reunião, essencial para o sucesso do tráfego compartilhado de veículos e bicicletas, foi a questão da educação no trânsito que também demanda providências dos órgãos competentes, mas igualmente das partes interessadas, pois de nada adiantará obter da prefeitura do município a demarcação física do espaço destinado ao tráfego preferencial de bicicletas se ambos, motoristas e ciclistas, não o respeitarem.
Algumas idéias de viabilização do trânsito compartilhado facilmente aplicáveis ao município de São Paulo, tiradas de várias cidades como, por exemplo, Bogotá, foram apresentadas por Joselito ao engenheiro da CPTM e muitos outros tópicos foram mencionados e somados ao convite feito pela Secretaria para participarmos das próximas reuniões técnicas das equipes regionais.
Parece pouco, mas é um início.

São Paulo, 4 de março de 2011

terça-feira, 1 de março de 2011

Homem que atropelou ciclistas em Porto Alegre se apresenta à Delegacia de Crimes de Trânsito

Rui Felten
Acompanhado por dois advogados e quatro policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE), o motorista que atropelou os ciclistas que participavam do movimento Massa Crítica na última sexta-feira, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, apresentou-se à Polícia Civil nesta segunda-feira (28). Ricardo Neis, de 47 anos, funcionário do Banco Central, chegou à Delegacia de Crimes de Trânsito perto do meio-dia e entrou pelo estacionamento para evitar os jornalistas que o aguardavam.
Em seu depoimento, Neis afirmou que a reação contra os ciclistas ocorreu porque ele e seu filho de 15 anos teriam se sentido em perigo por causa de ataques contra o carro que dirigia — um modelo Golf. De acordo com seu advogado, Luís Fernando Coimbra Albino, será alegado que a atitude foi tomada em legítima defesa da integridade física de Neis e de seu filho. Segundo Albino, seu cliente sustenta que agiu movido por uma resposta instintiva ao risco que pressentiu e que, em nenhum momento, desejou uma fatalidade.
Também segundo relato do advogado, ao se ver em meio às bicicletas, o motorista procurou se afastar, mas os vidros do carro, do lado onde estava o filho dele, teriam sido quebrados. O fato de Neis ter abandonado o automóvel pouco depois, no bairro Partenon, foi justificado com o argumento de que uma pessoa da família o teria comunicado que ele estava sendo perseguido por manifestantes. O veículo já foi periciado pela polícia, informou Albino, acrescentando que o exame comprova a existência de danos.
O incidente ocorreu por volta das 19h de sexta-feira, na esquina das ruas José do Patrocínio e Luiz Afonso. Foram envolvidos cerca de 15 ciclistas, oito deles sendo levados para o Hospital Pronto Socorro. Segundo testemunhas, os ciclistas foram atingidos pelo Golf, que seguia o grupo desde o início da José do Patrocínio. Um desentendimento e uma pequena colisão teriam detonado a agressão. O movimento Massa Crítica reúne pessoas para pedalar pelas ruas da cidade. Integrantes preparam um ato nacional para o dia 25 de março, data em que o episódio estará completando um mês. Além de Porto Alegre, haverá protestos em São Paulo, Curitiba, Recife e no Rio de Janeiro.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ciclismo Paraolímpico. No velódromo ou estrada, usando força e resistência.

O ciclismo começou na década de 80, quando somente deficientes visuais competiam. A Paraolimpíada de Nova Iorque (1984) marcou por ser a primeira com atletas paralisados cerebrais, amputados e deficientes visuais. Em Seul (1988), o ciclismo de estrada entrou no programa oficial de disputas. A partir de Atlanta (1996), cada tipo de deficiência passou a ser avaliado de forma específica. Nesta competição foram incluídas provas de velódromo. Em Sydney (2000), o handcycling (ciclismo com as mãos) teve provas de exibição.
Quase 10 anos depois o Brasil estreou nos Jogos Paraolímpicos, em Barcelona (1992), com Rivaldo Gonçalves Martins. Dois anos depois, na Bélgica, o mesmo ciclista, amputado da perna com prótese, conquistou o título de campeão mundial na prova de contra-relógio. Nos Jogos Parapan-Americanos de Mar del Plata, em 2003, o País trouxe duas medalhas de ouro com Rivaldo (contra-relógio e estrada) e uma prata com Roberto Carlos Silva (contra-relógio). No Parapan-Americano de Cali (Colômbia), em 2007, o brasileiro Soelito Ghor conquistou ouro nos 4 km da prova de perseguição individual (CL1).
Paralisados cerebrais, deficientes visuais, amputados e lesionados medulares (cadeirantes), de ambos os sexos, competem no ciclismo. Existem duas maneiras de ser praticada: individual ou em equipe. As regras seguem as da União Internacional de Ciclismo (UCI), mas com pequenas alterações relativas à segurança e classificação dos atletas. As bicicletas podem ser de modelos convencionais ou triciclos para paralisados cerebrais, segundo o grau de lesão. O ciclista cego compete em uma bicicleta dupla – conhecida como “tandem” – com um guia no banco da frente dando a direção. Para os cadeirantes, a bicicleta é “pedalada” com as mãos: é o handcycling. As provas são de velódromo, estrada e contra-relógio.
No velódromo, as bicicletas não têm marchas e a competição acontece em uma pista oval que varia entre 250 e 325 metros de extensão. Velocidade em todas as provas é fundamental. Na estrada, os ciclistas de cada categoria largam ao mesmo tempo. As competições são as mais longas da modalidade, com até 120 km de percurso. As disputas contra-relógio exigem mais velocidade que resistência. Os atletas largam de um em um minuto, pedalando contra o tempo. Nesta prova a posição dos ciclistas na pista não diz, necessariamente, a colocação real em que se encontram, pois tudo depende do tempo. No Brasil, a modalidade é administrada organizada pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC).
Classificação
  • LC – Locomotor Cycling (Pessoas com dificuldade de locomoção)
  • LC1 - Atletas com pequeno prejuízo em função da deficiência, normalmente nos membros superiores.
  • LC2 – Atletas com prejuízo físico em uma das pernas, permitindo o uso de prótese para competição.
  • LC3 - Atletas que pedalam com apenas uma perna e não podem utilizar próteses.
  • LC4 – Atletas com maior grau de deficiência, normalmente amputação em um membro superior e um inferior.
Tandem - Para ciclistas com deficiência visual (B1, B2 e B3). A bicicleta tem dois assentos e ambos ocupantes pedalam em sintonia. Na frente, vai um ciclista não-deficiente visual e no banco de trás o atleta com deficiência visual.
Handbike - Para atletas paraplégicos que utilizam bicicleta especial impulsionada com as mãos.
 
Fonte: CPB

Goofy - How to Ride a Bicycle (1999)

Vídeos mostram atropelamento de ciclistas no RS

27/02/2011 - 21h00
GRACILIANO ROCHA
 PORTO ALEGRE

A organização Massa Crítica, que prega o uso de bicicletas no trânsito, está divulgando vídeos que mostram o momento em que o motorista de um Golf preto atropelou ciclistas em Porto Alegre (RS) na noite de sexta-feira (25). Pelo menos 16 pessoas foram atingidas --oito foram atendidas em hospitais.
Polícia gaúcha procura motorista que atropelou 16 ciclistas
Motorista atropela grupo de ciclistas em Porto Alegre
Os vídeos foram publicados no YouTube. As imagens foram captadas por um dos participantes e mostram o momento do atropelamento.
No vídeo de 9'05'', o carro aparece colhendo os ciclistas. Após atropelar as duas pessoas, que voam por cima do capô, o veículo continua acelerando, atinge várias outras e foge. A cena dura cerca de quatro segundos.
Depois dos atropelamentos, o cenário de caos: bicicletas retorcidas nas ruas, pessoas sangrando no chão e muitos gritos pedindo para chamar ambulâncias e a polícia.
Num outro vídeo de 4'29'', com legendas em inglês, além da cena captada no anterior, há imagens obtidas por um outro ângulo. Do alto de um edifício, um cinegrafista amador consegue flagrar o carro avançando contra a multidão.
Os dois vídeos reforçam a versão das vítimas segundo a qual não foi acidente, mas um atropelamento proposital.
A Polícia Civil já identificou o dono do carro e o suposto motorista. Trata-se de um homem de 47 anos cujo nome não foi informado. Ele ainda não se apresentou às autoridades.
O Golf preto foi encontrado na madrugada de sábado (26) por policiais militares. O carro tinha avarias e será submetido à perícia.
O ATROPELAMENTO
O motorista do Golf preto pediu passagem pelo meio das bicicletas e não foi atendido por falta de espaço na rua, de acordo com o relato de ciclistas.
As vítimas afirmam que o atropelador buzinava e acelerava por três quarteirões e o carro chegou a tocar uma das bicicletas que estavam na retaguarda do grupo.
No terceiro quarteirão, na esquina com a rua Luiz Afonso, conforme relatos colhidos pela Folha, o motorista do Golf esperou que o grupo se distanciasse alguns metros, acelerou e investiu contra o grupo de ciclistas.
FERIDOS E BICICLETAS RETORCIDAS
Os relatos dão conta de que bicicletas voaram, ciclistas se chocaram uns contra os outros e muitas pessoas caíram no chão, feridas. O motorista fugiu do local.
"Tinha muita gente, inclusive pais com crianças em cadeirinhas. O atropelamento foi proposital porque ele vinha várias quadras atrás, acelerando, xingando, buzinando. Depois que ele passou, virou um cenário de guerra, com bicicletas retorcidas e muita gente sangrando pelo chão", contou à Folha o empresário Marcelo Guidoux Kalil, 31, que integrava o grupo.
Três ambulâncias estiveram no local. Dezesseis pessoas ficaram feridas, na contagem do grupo. Parte delas foi atendida no local e outras oito foram encaminhadas ao hospital com ferimentos que iam de cortes até fraturas.
PROTESTO
Depois do atropelamento, outras pessoas que participavam do passeio permaneceram no local e protestaram contra a insegurança dos ciclistas.
O jornal "Zero Hora" relatou que o diretor da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação), Vanderlei Cappellari, disse que o órgão não foi avisado sobre o passeio ciclístico --o que o tornaria irregular.
A Folha não conseguiu localizar Cappellari. Integrantes do "Massa Crítica" responderam que a atividade é mensal --realizada sempre na última sexta-feira do mês-- e que os ciclistas têm direito de transitar juntos pelas ruas.

No Japão, bicicleta pode produzir água para consumo

17/02/2011 - 10h54

Em uma feira de tecnologia sustentável no Japão, que acontece na cidade de Kawasaki, foi apresentado um purificador de água para ser carregado na bicicleta.
A ser pedalada, a Cycloclean gera energia que faz com que o sistema de purificação funcione. O equipamento pode gerar cerca de cinco litros em um minuto.
A bicicleta é um dos meios de transporte mais utilizado pelos japoneses, mas a fabricante da Cycloclean, a Nippon Basic, pretende fazer uma produção em massa em Bangladesh para que água limpa possa socorrer vilarejos remotos e áreas que sofreram desastres naturais.

Yoshikazu Tsuno/AFP
Expositora de feira de tecnologia sustentável, no Japão, mostra bicicleta que produz água filtrada
Expositora de feira de tecnologia sustentável, no Japão, mostra bicicleta que produz água filtrada